Por Andréia Luciana
Às vezes, pensamos que para viver algo marcante precisamos de grandes viagens, destinos exóticos ou experiências incomuns. Mas a vida, na sua essência, nos mostra que a verdadeira riqueza está em como escolhemos olhar o que já temos diante de nós.
Imagine a cena: você vai a uma praia com alguém que já viajou o mundo inteiro. Em poucos minutos, a pessoa começa a comparar: “Naquele país, a areia era cor-de-rosa… a água era mais cristalina… o pôr do sol era mais bonito…”. E, sem perceber, você deixa de enxergar a beleza que está ali, naquele momento.
Agora, pense na mesma praia — mas com alguém que nunca viu o mar. Cada detalhe se torna um espetáculo: o som das ondas, a textura da areia, a cor do céu, a imensidão diante dos olhos. A experiência é completamente transformada, porque o olhar é novo.
Essa comparação nos ensina que a experiência não depende só do lugar, mas do coração com o qual olhamos para ele. Quantas vezes deixamos de valorizar a simplicidade porque estamos presos em comparações?
A Bíblia nos lembra:
“Grandes coisas fez o Senhor por nós, pelas quais estamos alegres.” (Salmo 126:3)
Ou seja, a alegria não está em ter mais, mas em reconhecer e agradecer o que já temos.
Olhar novo para o comum
Escolha um lugar que você frequenta sempre — pode ser sua rua, sua casa, sua igreja.
Passe alguns minutos observando-o como se fosse a primeira vez. O que você nunca havia notado?
A gratidão como lente
Antes de dormir, anote 3 coisas simples do seu dia que foram valiosas: uma conversa, uma refeição, um sorriso.Agradeça a Deus por cada uma.
Compartilhar experiências
Leve alguém para viver com você um ambiente comum. Perceba como a forma dessa pessoa olhar pode renovar também o seu olhar.
Quando Jesus disse:
“Não andeis cuidadosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer ou beber; nem quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir” (Mateus 6:25),
Ele estava nos ensinando a parar de viver ansiosos por aquilo que ainda não temos e a aproveitar o que já nos foi dado.
Talvez você esteja cercado de coisas lindas, mas perdeu a sensibilidade de enxergá-las. E se, hoje, você decidisse olhar sua própria vida como alguém que a vê pela primeira vez?
Pergunte a si mesmo:
Onde tenho comparado em vez de agradecer?
Qual simplicidade eu posso redescobrir com alegria?
O que já está diante de mim que pode se tornar uma grande experiência?
A vida não está lá fora, em algo distante. Ela está aqui, agora. E cabe a nós escolher como vamos enxergá-la.